19 de dezembro de 2025

Bolsonaro admite que queimou tornozeleira, alegação “surto” e segue preso após audiência de custódia

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Jair Bolsonaro permanece preso na sede da Polícia Federal, em Brasília, após audiência de custódia em que admitiu ter queimado a tornozeleira eletrônica com um ferro de solda, alegando “paranóia” e “alucinações” provocadas por remédios, mas negando intenção de fuga. A juíza auxiliar do gabinete de Alexandre de Moraes manteve a prisão preventiva com base em risco de evasão, na tentativa de violação de monitoramento e na convocação de vigilância por apoiadores, enquanto o caso segue em análise no STF e repercute intensamente no cenário político.


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) permanece preso na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, após a juíza auxiliar Luciana Yuki Fugishita Sorrentino, do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, manter a prisão preventiva durante audiência de custódia realizada neste domingo (23). A custódia foi determinada depois que a Polícia Federal informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a violação da tornozeleira eletrônica que monitorava o ex-mandatário.

Na audiência, feita por videoconferência, Bolsonaro confirmou que danificou a tornozeleira usando um ferro de solda, mas afirmou que agiu em meio a um “surto” emocional, atribuindo o episódio a “certa paranoia” e “alucinação” encerrada ligadas a medicamentos psiquiátricos, como sertralina e pregabalina. De acordo com a ata, ele disse ter imaginado que o equipamento poderia conter algum tipo de escuta e contorno que mexesse no aparelho sozinho, à noite, enquanto as outras pessoas da casa dormiam.

Decisão cita risco de fuga e violação do monitoramento

A prisão preventiva foi decretada na madrugada de sábado (22) por Alexandre de Moraes, que apresentou três fundamentos principais: risco de fuga, a convocação de uma vigilância por apoiadores nas imediações do condomínio do ex-presidente e a tentativa de violação da tornozeleira eletrônica. Para o ministro, a aglomeração gerada pelo ato político poderia dificultar o cumprimento de decisões judiciais e facilitar uma eventual evasão, especialmente diante da proximidade do condomínio com embaixadas estrangeiras.

No despacho, Moraes registrou que informações técnicas da empresa responsável pelo monitoramento indicaram tentativa de rompimento do equipamento, o que foi interpretado como indicativo de intenção de fuga. A audiência de custódia serviu para verificar a legalidade da prisão e eventuais abusos na condução policial; Segundo o termo, Bolsonaro não relatou maus-tratos e confirmou que foi submetido a exame de corpo de delito.

Defesa fala em surto, e ex-presidente nega plano de evasão

Durante o depoimento, Bolsonaro e sua defesa insistiram que não havia plano para deixar o país e que o episódio com a tornozeleira foi um ato isolado, sem participação de terceiros. O ex-presidente afirmou que começou o tratamento com os medicamentos dias antes, alegou nunca ter tido surto semelhante e disse considerar que o quadro emocional o levou a desconfiar do equipamento eletrônico.

Mesmo assim, a juíza entendeu que os argumentos não afastaram os adversários já apontados no processo e decidiu homologar a prisão preventiva, mantendo Bolsonaro detido até que o STF analise o mérito da decisão de Moraes. A discussão sobre a proporcionalidade da medida e o peso jurídico da violação da tornozeleira deve seguir nos próximos dias, tanto no corte quanto no debate político e na opinião pública.


Repercussão política e mobilização de apoiadores

A manutenção da prisão provocou nova onda de manifestações de apoiadores na porta da PF, em Brasília, com atos convocados por aliados e familiares do ex-presidente. Discursos nas redes sociais e em eventos públicos tratam o caso como perseguição política, enquanto os críticos apontam que a tentativa de danificar o monitoramento eletrônico e o histórico de ataques às instituições justificaram uma resposta mais dura do Judiciário.

Analistas avaliam que o episódio fragiliza ainda mais a imagem de Bolsonaro no centro do debate jurídico e eleitoral, ao mesmo tempo em que alimenta a base mais fiel do ex-presidente, que passou a usar a palavra “surto” como elemento narrativo para relativizar a conduta e questionar a medida extrema da prisão preventiva.

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Foto de Amanda Geindrya

Amanda Geindrya

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