A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025, uma parceria global para desenvolver uma vacina contra o vírus H5N1, conhecido como gripe aviária, que se alastra entre vacas e trabalhadores rurais nos Estados Unidos. No Brasil, os recordes de temperaturas de 2025, combinados com a proximidade do verão, elevam o risco de surtos em regiões como Rondônia, onde a criação de aves faz parte da economia local. Diante desse cenário, uma questão se impõe: estamos prontos para enfrentar mais uma crise sanitária?
O H5N1 já dizimou mais de 100 milhões de aves nos EUA desde 2022, e os casos humanos, embora raros, estão em alta — cerca de 70 infecções registradas em trabalhadores expostos a animais até o momento. No Brasil, o vírus ainda não se distribui em grande escala, mas o calor e a falta de vigilância rigorosa abrem brechas perigosas. Em Rondônia, os produtores locais enfrentam um desafio adicional: a infraestrutura limitada para conter um surto de aves ou detectar casos humanos precocemente. O impacto potencial na saúde pública: febre, tosse e complicações respiratórias podem sobrecarregar um SUS já restrito.
A resposta federal, até agora, é tímida. Não há campanhas amplas de conscientização ou reforço nas medidas de biossegurança para os criadores da região. Se o vírus cruzar as fronteiras com força, repetiremos os erros da pandemia de Covid-19? A OMS alerta para a necessidade de prevenção, mas a ação local é o que definirá o resultado. Para os moradores de Ariquemes e Porto Velho, fica o questionamento: até quando o Brasil vai apostar na sorte em vez da ciência?
