A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de determinar, no início do mês, a soltura do coronel do Exército Bernardo Romão Corrêa Neto, foi vista com desconfiança por militares investigados por tentativa de golpe. O maior receio deles é que Corrêa Neto siga os passos do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, de quem é muito próximo.
Corrêa Neto estava preso desde 11 de fevereiro, quando retornou dos Estados Unidos depois de ser um dos alvos da operação da Polícia Federal que mirou investigados de atuarem na organização criminosa que planejou um golpe de Estado.
O coronel é apontado como organizador de uma reunião de oficiais das Forças Especiais do Exército realizada em 28 de novembro de 2022, para discutir um plano para impedir a posse de Lula.
Na ocasião, o militar ocupava o posto de assistente do Comando Militar do Sul. Ele é apontado pelos investigadores como homem de confiança de Mauro Cid.
Militares próximos a Corrêa Neto relataram à coluna que a soltura do coronel se deu com base nos argumentos de sua defesa de que ele estava nos Estados Unidos por determinação do Exército, onde cumpriria missão até 2025.